Dama dos versos
Se minhas palavras te alcançarem, então você me encontrou.
Textos

Sobre os amores que vieram com furacão e saíram com a nossa paz

 

Se a paz mora na solitude,

que a gente a receba por inteiro, sem medo.

Nem sempre é por falta de amor que se parte,

às vezes, é justamente o excesso,

quando o amor vem em forma de vendaval,

quando o toque traz afeto,

mas também desordem e desequilíbrio.

 

Quantas vezes fomos amadas em meio a furacões?

Quantas vezes dissemos "sim"

enquanto afundávamos um pouco mais por dentro?

 

Já vivemos naufrágios em nome de promessas,

já nos perdemos tentando manter à tona

relacionamentos que só sabiam afundar.

 

E não é que não existia sentimento

mas existia também grito, pressão, instabilidade.

Amor que tira o eixo não é lar,

é prisão com nome bonito.

 

Chega desse ciclo vicioso

de sermos arrastadas pelo caos dos outros.

A nossa alma foi feita pra respirar.

E respirar exige espaço, exige paz.

 

Por isso fazemos um pacto:

nunca mais permitir que o amor de alguém

seja maior do que a tranquilidade que custamos a reconquistar.

Essa paz que tantas vezes foi arrancada,

essa paz que resgatamos das ruínas,

quando ninguém mais estendeu a mão.

 

Se for preciso,

que escolhamos a solidão consciente 

não como castigo,

mas como retorno à nossa verdade.

Porque amar também é calma,

também é silêncio bom,

também é segurança.

 

Estar em paz é estar inteira.

E quem nos ama de verdade,

não nos fragmenta.

 

Se o preço da liberdade for andar só,

que andemos.

Porque a paz que mora em nós,

essa ninguém mais leva.

Cam Vellore
Enviado por Cam Vellore em 30/05/2025
Alterado em 30/05/2025
Copyright © 2025. Todos os direitos reservados.
Você não pode copiar, exibir, distribuir, executar, criar obras derivadas nem fazer uso comercial desta obra sem a devida permissão do autor.
Comentários
Site do Escritor criado por Recanto das Letras