Quando o tempo me esquecer,
E meu nome não ecoar em canto nenhum,
As marés continuarão a vir e a ir,
E o sol nascerá como se eu nunca tivesse existido.
O mundo não precisa da minha lembrança.
Sinto um alívio doce
Ao saber que tudo seguirá seu curso sem mim.
Há paz em não ser o centro,
Há beleza em não ser necessário.
Se amanhã eu partir
E houver um pôr do sol no outro dia,
Parto leve, pois ele terá sido fiel ao seu horário.
O que é vivo não espera por ninguém,
E isso, de alguma forma, me consola.
Não quero flores nem prantos
Mas também não me oponho.
Que façam o que quiserem com meu silêncio,
Eu já não estarei para escutar.
A vida é livre e, por isso, perfeita.
E quando eu for,
Quero ter ido assim:
Sabendo que tudo continua,
Exatamente como deve continuar.