eu falo.
às vezes com o peito cheio de certeza,
às vezes só querendo ser ouvida,
e no calor do momento,
minhas palavras parecem promessas
que nem sempre consigo sustentar.
e quando falho…
não é por desprezo,
nem por maldade,
é só que meu mundo muda rápido por dentro
e eu me perco entre o que disse
e o que ainda consigo dar.
me magoo,
porque queria ser firme,
queria ser âncora e não corrente.
mas viro maré
e, sem querer, arrasto quem confiou em mim.
vejo nos olhos dos outros
a decepção que eu mesma carrego.
me cobro tanto por não manter,
por não ser constante,
por não ser o que esperavam de mim.
e dói…
porque não é falta de amor,
é só excesso de sentimento desorganizado
tentando caber em prazos, formas e promessas.
às vezes, tudo o que eu queria
era que me entendessem
como alguém que sente mais do que consegue explicar,
e que diz o que sente
mas nem sempre consegue sustentar o que diz.