Dama dos versos
Se minhas palavras te alcançarem, então você me encontrou.
Textos
Entre Nós, o Trovão
Eles se conheceram numa noite em que o céu parecia prestes a desabar. Lara estava encostada na parede do bar, com os olhos cheios de raiva do mundo. Gabriel estava de passagem, mas parou ao notar a fúria que ela tentava esconder por trás de uma dose de tequila.
 
— Tá fugindo de quê? ele perguntou, sem cerimônia.
— De tudo. E você?
— De mim mesmo.
 
Foi assim que começou: duas tempestades se encarando.
 
Nos primeiros meses, o amor era fogo. Beijos como trovões, promessas ditas com pressa, abraços que pareciam vida. Mas aos poucos, as rachaduras surgiram. Lara era impulsiva, explosiva. Gabriel era frio, calado. Quando discutiam, não era com palavras era com silêncio. Duro. Dolorido.
 
Teve uma noite em que ela gritou:
— Você nunca diz o que sente! Eu não sou adivinha!
— E você nunca escuta! Tudo vira grito contigo!
 
Silêncio. Depois disso, ficaram dias sem se falar. Mas nenhum dos dois conseguia dormir direito.
 
Na quinta noite, Gabriel apareceu na porta do apartamento de Lara, encharcado pela chuva. Olhou pra ela como se estivesse há séculos perdido.
— Eu não sei consertar tudo. Mas sei que é com você que eu quero me perder e me encontrar... mil vezes.
 
Ela não respondeu. Só puxou ele pra dentro. E ali, entre as roupas molhadas, os olhos cansados e os corações machucados, entenderam: amor de verdade não é o que nunca quebra é o que vale a pena colar de novo.


Obs: É o primeiro conto que escrevo, relevem!
 
Cam Vellore
Enviado por Cam Vellore em 10/05/2025
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