Diante da vastidão do universo,
somos poeira, eco, sopro breve
um piscar de olhos na eternidade
que nem as estrelas percebem.
E mesmo assim, aqui estamos,
com corações que doem e amam,
sentindo o tempo escapar entre os dedos
como areia fina que não se segura.
Não somos feitos pra entender tudo,
nem o céu, nem as perdas, nem o porquê.
Mas somos feitos pra sentir,
e isso já é mais do que parece ser.
O tempo não quer ser vencido
ele quer ser vivido,
em silêncios, em choros contidos,
em abraços que curam sem som.
E o universo?
Ah, ele mora dentro do peito também,
numa saudade que ninguém explica,
num arrepio que vem do além.
Somos quase nada, é verdade.
Mas nesse nada há um brilho secreto:
a coragem de existir, de continuar,
de recomeçar no próprio escombro.
Porque viver… viver é isso:
ser pequeno diante de tudo,
e ainda assim escolher sentir tudo.