Dama dos versos
Se minhas palavras te alcançarem, então você me encontrou.
Meu Diário
09/05/2025 15h56
Os monstros que dormem comigo

Tem dias que a minha alma pesa mais que meu corpo.

É como se eu caminhasse dentro de um rio escuro, tentando respirar debaixo da própria tristeza.

A depressão não grita, ela sussurra devagar...

E me convence, com voz mansa, de que eu não sirvo, que não basta, que não tem saída.

 

Mas eu continuo. Mesmo quando não acredito.

Mesmo quando levantar da cama parece uma batalha perdida antes de começar.

Carrego comigo dores antigas da infância que me deixou órfã em vida,

do luto silencioso de quem perdeu muito cedo o único colo que amava de verdade.

 

A solidão virou minha companhia mais fiel.

Ela não falta. Ela sabe meu nome. Dorme comigo, me acorda de madrugada,

me pergunta coisas que doem:

"Por que você ainda está aqui?"

"Quem te ama de verdade?"

"Você já se olhou hoje?"

 

E às vezes eu respondo.

Mas às vezes só choro, quieta, como quem quebra por dentro e ninguém escuta.

 

Não escrevo isso pra comover, nem pra consolar ninguém.

Escrevo porque é o que me mantém viva.

Porque transformar a dor em palavra é a única forma que encontrei de não deixar que ela me engula.

 

Se você também sente esse buraco no peito, essa exaustão sem nome,

senta aqui comigo.

A gente não precisa dizer nada. Só existir, lado a lado, em silêncio e verso.

 

Eu sou Camila Barbosa, e carrego monstros dentro de mim.

Mas hoje, eu os escrevo.

E escrever... é a forma mais bonita que encontrei de não desistir.

 

Publicado por Cam Vellore
em 09/05/2025 às 15h56
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